"Se os líderes das centrais sindicais fazem, mais que um lobby, uma pressão meio adoidada junto aos senadores da República, para ressuscitar a Contribuição Sindical obrigatória - derrubada pela emenda do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), no bojo do Projeto de Lei 1.990/07 que regulamenta as centrais sindicais -, é porque o poder sindical vitalício que alguns têm desfrutado, há décadas, é dependente total, absoluto, da dinheirama compulsoriamente arrecadada dos trabalhadores - correspondente a um dia de trabalho por ano de todos, sejam ou não sindicalizados.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Editorial do Estadão
Poder sindical vitalício
"Se os líderes das centrais sindicais fazem, mais que um lobby, uma pressão meio adoidada junto aos senadores da República, para ressuscitar a Contribuição Sindical obrigatória - derrubada pela emenda do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), no bojo do Projeto de Lei 1.990/07 que regulamenta as centrais sindicais -, é porque o poder sindical vitalício que alguns têm desfrutado, há décadas, é dependente total, absoluto, da dinheirama compulsoriamente arrecadada dos trabalhadores - correspondente a um dia de trabalho por ano de todos, sejam ou não sindicalizados.
"(...)Há cerca de 40 anos na presidência da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) - tempo de fazer inveja a qualquer soba contemporâneo -, Antonio Alves de Almeida, o Almeidinha, é um exemplo emblemático do potencial de “alongamento de poder” do imposto sindical. Como o acúmulo é característica recorrente em posições longevas desse tipo, ele acumulou a presidência da entidade com o cargo de ministro classista do Tribunal Superior do Trabalho (TST) - e é claro que, mesmo recebendo uma aposentadoria de mais de R$ 20 mil mensais, não pensa em afastar-se da profissão de chefe sindicalista, tanto que já tem sua reeleição assegurada no ano que vem e deve dirigir a CNTC por mais quatro anos.
'(...) E por falar em Força Sindical, sem dúvida seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), continua sendo o maior defensor do imposto sindical, pelo qual está disposto a ir ao último sacrifício. Pelo menos foi o que disse, literalmente, depois do encontro com o senador Paulo Paim (RS), relator do projeto de lei de regulamentação das centrais sindicais na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, sobre a emenda (aceita por Paim) feita na Câmara, determinando que o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalize os recursos repassados às centrais: “Dissemos ao senador que contra essa emenda nós vamos até a morte.” Quer dizer, o sindicalista-deputado está confessando que prefere morrer a ter as contas de sua entidade fiscalizadas pelo órgão público mais capacitado para fazê-lo - e que para tal tem delegação do Poder Legislativo, cujos integrantes (como o deputado), por sua vez, são detentores de mandato de representação outorgados pelo povo. Perguntinha simples: por que tanto medo da fiscalização do TCU?" (Do Editorial do Estadão; Leia mais )
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