terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Deu no Jornal do Brasil:

Ceará esbanja dinheiro com carros para polícia

Weiller Diniz Brasília

"Detentor de um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os Estados brasileiros, o Ceará, do governador socialista Cid Gomes (PSB), pode se gabar de ter uma ilha de opulência com imunidade à crise financeira nacional. A prosperidade cearense está sediada na Secretaria de Segurança Pública, tocada desde o início do atual governo pelo delegado aposentado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro.

"(...) Os automóveis comprados para fazer patrulha policial rotineira nas ruas das cidades cearenses são da marca Toyota, modelo Hilux SW4, com todos os acessórios sonhados por um consumidor de gosto muito refinado. As caminhonetes vieram super-equipadas com direito a câmbio automático, rodas com aros de liga leve, bancos revestidos em couro, tração nas quatro rodas e ar-condicionado entre outros requintes dos modelos de carros classificados como tops de linha. Cada uma das caminhonetes custa no mercado revendedor perto de R$ 150 mil. O gasto total foi de R$ 64,2 milhões.
Entre os chamados veículos utilitários esportivos disponíveis no mercado brasileiro, a Toyota Hilux SW4, importada da Argentina - país onde o secretário de segurança Roberto das Chagas foi adido da Polícia Federal - é mais cara do que utilitários similares de fabricação nacional como, por exemplo, o modelo Blazer da Chevrolet, que custa cerca de R$ 50 mil a menos a unidade. O excesso de especificações no processo de licitação levantaram suspeitas da existência de direcionamento na escolha do tipo de automóvel que venceria.
Indicadores sociais ruins
De acordo com os levantamentos de indicadores sociais no Ceará feitos nos últimos anos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado tem 56% da população se equilibrando na frágil linha da pobreza (ganhos mensais de até R$ 154) e 30% do total da população - perto de 3 milhões de pessoas - sobrevivendo abaixo da linha da miséria, o que equivale a um ganho mensal inferior a R$ 80. Ainda segundo os levantamentos sócio-econômicos feitos pelos institutos IBGE e FGV ao longos dos últimos anos sobre as carências do Ceará, seria necessário um investimento imediato de R$ 63 milhões - R$ 1,2 milhão a menos que a frota de caminhonetes Hilux - para começar a reverter o quadro de miséria que perdura no Estado e atinge perto de 4,5 milhões de cearenses."

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